Bandidagem no mercado Abastecedor do Benfica e o silêncio do Ministério da Indústria e Comércio. Ângelo Machado é intocável?

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Funcionários do Mercado Abastecedor do Benfica (MAB-Benfica) levantam graves acusações contra o administrador Ângelo Machado, apontando práticas de feitiçaria, corrupção e maus-tratos. A indignação é geral e pede-se a intervenção imediata das autoridades competentes.


Funcionários do Mercado Abastecedor do Benfica (MAB-Benfica) lançaram uma carta aberta denunciando uma série de irregularidades e actos criminosos atribuídos ao administrador Ângelo Machado. Segundo os trabalhadores, desde 2017, têm sido feitas denúncias contra o responsável, sem que qualquer medida seja tomada, alegadamente devido a uma protecção especial e práticas de feitiçaria.

Os funcionários relatam que, há dois meses, após rumores sobre uma possível exoneração, Ângelo Machado terá viajado para Huambo, regressando uma semana depois. Coincidentemente, fezes foram encontradas na casa de banho dos administradores, um espaço restrito a três chefes, numa aparente tentativa de intimidação. “Para quem entende de feitiçaria, sabe o significado disso”, afirmam.

As denúncias incluem também acusações de corrupção. Apesar de ser arguido e estar a ser investigado por várias entidades, incluindo o Serviço de Investigação Criminal (SIC), Ministério Público, Procuradoria Geral da República (PGR), Inspecção Geral da Administração do Estado (IGAE) e o Departamento de Investigação de Ilícitos Penais (DIIP), Machado mantém-se no cargo. O processo número 277/023-PGR-PT é mencionado como uma das provas das acusações.

A carta aberta menciona ainda despedimentos arbitrários e perseguições aos funcionários. Em Janeiro deste ano, um trabalhador foi demitido injustamente, levando a uma acção judicial contra o MAB. Os administradores adjuntos são descritos como impotentes perante os abusos, uma vez que o estatuto do MAB, elaborado por aliados de Machado no MINDCOM, lhe confere amplos poderes.

Além das práticas abusivas, os funcionários acusam Machado de tratar mal os utentes e os seus colegas administradores adjuntos. “Já passaram três Ministros e ninguém me tirou, este também não será diferente”, teria afirmado o administrador, segundo os trabalhadores.

A insatisfação é generalizada, e os funcionários apelam à intervenção do Ministro da Indústria e Comércio, Dr. Rui de Oliveira Minguês, e da Secretária de Estado, Drª. Augusta Fortes. Em anexo à carta, foram enviados extratos financeiros e processos para comprovar as alegações de má gestão e uso indevido dos fundos do MAB antes de serem canalizados para a Conta Única do Tesouro (CUT).

A situação no MAB-Benfica continua a gerar grande revolta entre os trabalhadores, que clamam por justiça e por um ambiente de trabalho digno e livre de intimidações.

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